sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Do Tempo




Rasga o tempo a densa nuvem
Preciso o exato gemido de outrora.

Agora brotam rugas do chão
Como pegadas
Moldo-as sem saber se faço
Ou se acontece sempre assim.

Escondendo de mim
Duvidando de ser
Parecendo fim.

Rasgo o tempo eu mesmo
Correndo na praia
Abraçando o vento
Nariz erguido além-mar
Além estar.

Agorinha ainda
Pretendeu um velho brotar do chão
Mas foi pisado.

João Mario Fleury Corrêa
05/1996

Copyright.

4 comentários:

  1. eu gostei dos versos finais.
    a velhice já brotou em mim, mas não percebi a tempo de esmagá-la com os pés. Ela cresce e avança (adoro um drama, já falei? rs).

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  2. É super meio bom, João Mario! Só perde pro nome do blog, que é meio super bom!!!

    (Não sou nem um pouco meio boa em matemática, daí não saber bem o que vale mais: se meio super bom ou super meio bom. Só sei que essas duas classificações estão bem acima de ultra hiper super mais ou menos...)

    Bjs

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  3. Olá João,

    Gostei do poema. Não é meio bom. É todo bom, pq é inteiro. Bacana mesmo. Ficaria muito honrada se visitasse o meu espaço. www.abssinto.blogspot.com Se gostar, deixa um recado e recomende aos amigos.

    Malu

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