sábado, 24 de julho de 2010

Violeta




Neste papel desbotado
Um poema
Um engulho
Carrega em si a alma
Do dia dezenove de julho.

No céu
Nem nuvem
A tarde estática
Tudo simples calmaria.

Nem um beijo principia
Ou ruído estranho
Ou trepidar de folhas
Tremulando o dia...

Nem um ato
Ou simulado toque
Ou casual contato:

A tarde é moça tímida
Dama sutil do tempo.

Nem vento
Que alvoroce os cabelos
Derrube as roupas dos varais
Leve ao cais
A maresia triste da saudade.

Tudo é simples e ingênua tarde.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Adeus na Tarde



Janela aberta ao mundo teu.
Respiro...

A tarde
Encharcada de eternidade
Deixa-se estar.

Risonhas nuvens
Tímidas
Coradas de um sol
Que em si se espelha.

Janela aberta ao mundo teu:
resisto.

Não há mistérios.
Não há segredos...

Apenas a tarde que encanta
Um efêmero vento
Carregado de saudade.

Um sorriso triste
Um adeus
na Tarde.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Vida Deserta


Fio de esperança
N'alma tardia

Coisa feia
Vida vazia...

-  Ninguém prevê sonho, seu moço...!

Apenas se sabe morto um dia.



João Mario 1988.