quarta-feira, 12 de maio de 2010

Naufrágio



Não sei o que faço
Não sei o que penso
Não sei por que temo.

Não agüento o desprezo
Não sei se reajo
Não vejo saídas.

Estou louco por dentro
Sou pouco por fora
Estou carne
Sou resto
Sou falho.

Estou louco por dentro
Por gula
Por fúria
De sede
E luxúria.

Receio minha alma
Meu elo com o mundo
Que nulo
Se bate
Se geme
E me afundo.

João Mario Fleury Corrêa

2 comentários:

  1. Estarei aguardando o lançamento do seu livro, amei esse poema!

    ResponderExcluir
  2. Oi, João... Viu, só?! Não sou só eu que acha que você deveria escrever um livro... Parabéns, companheiro pelo belo poema e também pelo novo visual do "Camões de Cueca". Ficou muito bom... Abraço!

    ResponderExcluir