quinta-feira, 6 de maio de 2010

Morte


Como se por aqui rastejasse tua ausência
Perturbadora sombra delineando frestas e cantos
Como se por aqui rastejasse
Possuída de um vazio sufocante
A ausência repugnante de ti.

Como se ainda me lambesse os olhos fechados
A espreitar algum brilho por detrás das pálpebras mortas

Como se ainda molhasse minha língua seca e inerte
Para que dissesse o sim fatal de uma prece
Para que tudo cesse como folhas imóveis ao vento em meio à tempestade
Para que tudo cale em meio a um grito de dor inaudível
Para que tudo seja sorriso na morte e na agonia do fim

Como se aqui rastejasse alguma ausência assim.

5 comentários:

  1. uau, eu não consigo nem ter palavras para dizer sobre esse texto.
    Ficou perfeitamente encantador, como tudo aqui né? Vamos concordar.

    um texto brilhante.

    otimo finalzinho de semana pra você.
    um beijo.

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  2. Puts! Perdi o fôlego agora!
    Acho que vou ter que ler mais umas mil vezes!
    bjs

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  3. Posso publicar esse poema (com os devidos crétitos) no meu blog?

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  4. ADOREI MESMO o contexto do seu espaço!

    poesia, intimidade, bem profundo e terno.

    parabéns pela proposta!!!

    te sigo aqui, abraço João

    e viva a poesia da vida!

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  5. Olá escriba João,nascestes para roteirista ser,mio caro,tira vaga minha naunnnnnnnnnnnnn!

    te abraço!

    viva la vida!

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